miércoles, 13 de enero de 2010

Cursinhos populares oferecem caminho à universidade

Cursinhos populares oferecem caminho à universidade
Iniciativas ajudam estudantes de baixa renda no vestibular

O ciclo anual de vestibulares que vai chegando ao fim para uns, começa para outros. Embora o auxílio especializado possa interferir significativamente no resultado final do processo, nem todos têm condições de bancar o preço dos cursinhos pré-vestibulares espalhados pelo País. Para os alunos de baixa renda, a alternativa de reforço em direção ao Ensino Superior de qualidade passa pelas opções de cursinhos populares, muitos deles oferecidos pelas próprias universidades.

"Os custos dos tradicionais cursos preparatórios contribuem ainda mais com a elitização das universidades públicas brasileiras. No entanto, para diminuir os efeitos dessa desigualdade social, começaram a surgir, partir da década de 1980, opções mais populares e condizentes com as condições dos estudantes pertencentes às classes mais baixas", diz Otávio Augusto Auler, coordenador do Cursinho Popular da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

É corriqueiro, dentre esses tipos de cursos pré-vestibulares, que a iniciativa tenha partido dos centros acadêmicos ou de um grupo de professores das universidades almejadas. Há ainda opções que são patrocinadas pelas próprias instituições de ensino. Nem todas, no entanto, são totalmente gratuitas. Aqueles que não contam com apoio de instituições para fornecimento de salas e mesmo de professores voluntários, precisam administrar o valor cobrado, que não pode ser alto, e os custos. A administração, geralmente, é feita a partir da cobrança de taxas simbólicas.

A UFSC, por exemplo, oferece a capacitação gratuitamente, assim como a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), que mantém o programa a partir de sua Pró-reitoria de Graduação. "As instituições públicas têm um importante papel social e garantir condições de igualdade é uma de suas missões", enfatiza Letícia Couto, coordenadora do cursinho preparatório da UFJF. Na opinião dela, a iniciativa tem função dupla. "Ao mesmo tempo em que propicia a qualificação profissional de nossos alunos de licenciatura, com a experiência dentro da sala de aula, prepara aqueles brasileiros de baixa renda que vislumbram uma vaga em uma universidade pública", resume.

Mas mesmo que a maioria dos programas seja comandada por universitários, sua qualidade muitas vezes se reflete nos índices de aprovação dos alunos nos vestibulares das mais diversas universidades públicas. "No último processo seletivo, por exemplo, 41% dos nossos estudantes conseguiram ingressar na UFJF. Conquistamos ainda cinco primeiros lugares na seleção", diz Letícia, que destaca a existência de treinamentos periódicos destinados aos professores do cursinho. "Eles são estudantes dos últimos anos da graduação e passam por programas de capacitação anualmente", destaca.

Para garantir que os inscritos sejam realmente pessoas sem condições de pagar por um cursinho pré-vestibular comum, a matrícula é limitada a aprovação num processo seletivo, geralmente composto por análise socioeconômica. Em alguns casos, a alta concorrência é resolvida a partir de provas escritas. "A lista de espera para o ingresso no cursinho da UFSC, atualmente, é composta por seis mil estudantes. As vagas no programa se limitam a 3.500 por ano", conta Auler.

fuente: universia

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